TEXTO I
“Arquitetura hostil” se refere a estratégias de design urbano que utilizam elementos para restringir certos comportamentos nos espaços públicos, dificultando o acesso e a presença de pessoas, especialmente pessoas em situação de rua.
O termo (“hostile architecture”, em inglês) ficou famoso após a publicação de uma reportagem no diário britânico The Guardian, em junho de 2014.
Segundo o historiador especializado em arquitetura Iain Borden, a emergência deste estilo de arquitetura hostil data da década de 1990, nas gestões de um desenho urbano que sugere, segundo suas palavras, “que só somos cidadãos se estamos trabalhando ou consumindo bens diretamente”. Isto é, não trabalhar e não consumir quer dizer não poder estar presente como cidadão de uma cidade.
Disponível em https://www.nexojornal.com.br/expresso/2021/02/03/O-que-%C3%A9-arquitetura-hostil.-E-quais-suas-implica%C3%A7%C3%B5es-no-Brasil. Acesso em: 20 mar. 2024 (adaptado).
TEXTO II
Foi promulgada, em 2022, a Lei 14.489 (batizada de Lei Padre Júlio Lancellotti), que proíbe a chamada "arquitetura hostil", que emprega estruturas, equipamentos e materiais com o objetivo de afastar as pessoas — sejam moradores de rua, jovens ou idosos, por exemplo — de praças, viadutos, calçadas e jardins.
O nome da lei — Padre Júlio Lancellotti — é uma referência ao religioso que, desde 1986, promove trabalhos sociais na cidade de São Paulo. Lancellotti usou uma marreta para remover pedras pontiagudas instaladas sob um viaduto pela prefeitura da capital paulista.
Disponível em https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2022/12/22/lei-padre-julio-lancellotti-que-proibe-arquitetura-hostil-e-promulgada. Acesso em: 20 mar. 2024 (adaptado).
TEXTO III
Francisco de Oliveira Azevedo vive em situação de rua há pouco mais de sete meses, quando saiu de Seropédica, na casa da família: “Meu primeiro dia nas ruas foi muito difícil. Eu só chorava, chorava e tentava pensar em um novo caminho. A gente não vai pra rua porque quer. Eu, por exemplo, fui porque cansei de sofrer preconceito por ser homossexual. Minha família não me aceitava. Então, tomei essa decisão, mas é claro que é muito, muito difícil. E ao se deparar com esses espaços que ainda são pensados para nos afastar, nos excluir, é doloroso demais. Não sabia do termo “arquitetura hostil”, mas já sentia na pele os efeitos dessa prática. Isso tem que parar. É feio de se olhar e é muito, muito agressivo com as pessoas. Sim, somos pessoas em situação de rua, mas também fazemos parte da sociedade. Ou pelo menos, queremos fazer parte dela. Quero ser olhado, visto e valorizado. Fingir que a gente não existe e querer nos varrer de determinados lugares não acaba com o problema. Precisamos de política pública que nos atenda, queremos capacitação profissional, sonhamos em voltar ao mercado de trabalho, sim”.
Disponível em: https://sisejufe.org.br/noticias/documentario-sobre-arquitetura-hostil-do-rio-mostra-a-realidade-dos-moradores-de-rua-na-cidade/. Acesso em: 20 mar. 2024 (adaptado).
TEXTO IV
Disponível em https://www.facebook.com/tirasarmandinho/photos/a.488361671209144/4040359799342629/?type=3&locale=pt_BR. Acesso em: 20 mar. 2024.
PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Os impactos da arquitetura hostil para a população em situação de rua no Brasil” apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
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