TEXTO I
Incêndios na Austrália: tragédia incontrolável
A combinação de secas e ondas de calor recordes, efeitos das mudanças climáticas, foram o combustível que faltava para queimadas sem precedentes no país
07/01/2020
Os incêndios florestais acontecem todos os anos, em todo o país – diferente do que acontece na Amazônia, o fogo faz parte da ecologia da Austrália. Mas o que têm tornado a situação deste ano tão catastrófica é a combinação de secas e calor recordes que, segundo pesquisadores, é um dos efeitos previstos das mudanças climáticas. E as notícias não são boas: as projeções mostram que esta pode ser a temporada de fogo mais longa já registrada pelo país.
O fogo na Austrália não é “causado” pelas mudanças climáticas, mas as mudanças climáticas estão tornando esses eventos cada vez mais extremos e mortais. Estudos já apontavam que os incêndios florestais no país durariam mais, seriam mais severos e imprevisíveis, à medida que o planeta aquece. Isso se tornou uma realidade.
Muitas das áreas afetadas pelas queimadas, que começaram por volta de setembro, registraram um total de chuvas 50% abaixo da média, de janeiro a agosto de 2019.
A poluição do ar nas cidades de Sydney e Brisbane têm sido classificadas com frequência como as mais prejudiciais do mundo, causando graves problemas respiratórios para jovens, idosos e pessoas com condições pré-existentes, como asma. Por isso, e pelo risco de ter a casa queimada, muitas pessoas estão sendo evacuadas de seus lares.
Disponível em: https://www.greenpeace.org/brasil/blog/incendios-na-australia-tragedia-incontrolavel/
TEXTO II
Artista: Alexandre Beck
TEXTO III
Vazamento de óleo em praias do Nordeste ainda é mistério para autoridades
A investigação, conduzida pela Polícia Federal e pela Diretoria Geral de Navegação da Marinha, ainda está em andamento
20/02/2020
Seis meses depois do aparecimento das primeiras manchas de óleo na Região Nordeste, a Marinha segue sem respostas sobre a possível origem do material que apareceu nos litoral brasileiro em setembro do ano passado. O último balanço feito pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) revela que 1.009 localidades, de 11 estados, foram afetadas. Além disso, aproximadamente 5,3 mil toneladas de resíduos foram recolhidas. A investigação, conduzida pela Polícia Federal e pela Diretoria Geral de Navegação da Marinha, ainda está em andamento.
Para o coordenador e fundador do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Humberto Barbosa, a probabilidade de ficar sem uma resposta sobre a origem do óleo é alta. “À medida que o tempo passa, é muito difícil fazer uma progressão retroativa para apontar uma possível causa. Nossa expectativa é que, com mudanças nos ventos e nas correntes marítimas, dê para identificar alguma mudança que possa nos ajudar a traçar uma linha diferente para achar essa origem”, avalia.
Segundo o professor da UFAL, as condições climáticas desde o final de novembro mudaram e facilitaram a dispersão do óleo que chegava à costa. “A partir de abril, poderemos ver outra alterações. As correntes podem estar favoráveis e podem trazer alguns resquícios do óleo para as praias. Ou ainda parte dos resíduos que está no fundo do mar pode ganhar flutuabilidade, e os ventos podem trazer para a costa”.
O Correio questionou a PF, que informou, em nota, que “como as investigações continuam em andamento, a PF não irá se pronunciar sobre o tema”. Em novembro do ano passado, um petroleiro de bandeira grega, o Bouboulina, foi apontado pela autoridades como suspeita de ter derramado óleo próximo ao litoral nordestino. Na época, a PF informou que a parte da localização da mancha inicial, cujo derramamento teria sido no final de julho, foi possível identificar um navio que passou pela área suspeita.
Já a Marinha, apesar de ainda não saber qual é a origem do óleo, continua com a Operação Amazônia Azul na costa brasileira. Nesta quarta-feira (19/2), a terceira fase da operação foi encerrada no Rio de Janeiro.
Para buscar uma resposta, na última terça-feira a CPI sobre o Derramamento de Óleo no Nordeste, da Câmara dos Deputados, retomou os trabalhos. De acordo com o deputado federal João Campos (PSB-PE), relator da comissão, o grupo começou a receber os primeiros documentos sigilosos na volta do recesso. O prazo para envio da documentação deve se encerrar em cerca de 10 dias.
“A gente não teve acesso aos documentos oficiais, como os ofícios de instalação do Plano Nacional de Contingência, e as ações das autoridades responsáveis. Só teremos uma confirmação quando tivermos acesso a documentos oficiais, para ver o que foi feito ou não, se foi fora de prazo ou não. Antes de toda a documentação oficial, a gente não pode fazer suposição”, afirmou.
Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2020/02/20/interna-brasil,829204/vazamento-de-oleo-em-praias-do-nordeste-ainda-e-misterio-para-autorida.shtml
PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “As causas e a importância do combate às tragédias ambientais da sociedade contemporânea”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Comentário d@ profess@r: o Brasil e o mundo vêm sofrendo muito com os desastres ambientais. Tivemos, no Brasil, em 2015 e 2019, os rompimentos das barragens em Mariana e Brumadinho, respectivamente, como quase um "estopim" para os desastres seguintes, como os incêndios na Amazônia, por exemplo. Entretanto, qual a diferença de "desastre" e "descaso"? Você já pensou que, em muitos casos, esses desastres poderiam ter sido evitados pelo Estado? Além do mais, o que a ganância tem a ver com isso? Como o sistema capitalista extremo em que vivemos atualmente contribui para a negligência estatal e para a ganância exagerada das empresas privadas e dos governantes? Esses são alguns questionamentos que podem te ajudar a começar a desenvolver seu texto e as suas ideias. Boa escrita! :)