TEXTO I
O Brasil registrou, em 2022, 47.508 mortes violentas intencionais (MVI), como aponta o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com uma taxa de 23,4 casos a cada 100 mil habitantes, uma queda de 2,4% em relação a 2021. Em relação ao perfil étnico-racial das vítimas, 76,5% dos mortos eram negros. "Negros são o principal grupo vitimado pela violência independente da ocorrência registrada, e chegam a 83,1% das vítimas de intervenções policiais", diz o documento.
Os dados demonstram o inegável racismo no país: 83% dos mortos pela polícia em 2022 no Brasil eram negros e 76% tinham entre 12 e 29 anos. “Prova disso é o fato de que 7 das 10 cidades com as maiores taxas de mortes violentas intencionais do país integram os estados com as polícias mais violentas do país (Amapá e Bahia). Quando olhamos para as 20 cidades com as maiores taxas de MVI, 14 estão nos estados com polícias mais violentas do país (Amapá, Bahia e Rio de Janeiro). Obviamente, polícias violentas não reduzem a violência”, frisa a pesquisa.
Disponível em https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2023/07/5110389-83-dos-mortos-pela-policia-sao-negros-aponta-relatorio.html Acesso em 06 dez 2023
.
TEXTO II
Thiago Menezes, 13 anos, passou o dia 7 de agosto na casa da avó, na Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Almoçou com a família naquela segunda-feira e, no final da noite, pediu para dar uma volta na moto do pai. O passeio virou tragédia: a menos de 2 quilômetros de casa, montado na garupa de um amigo que conduzia o veículo, ele foi alvejado por policiais do Batalhão de Choque que realizavam uma operação no bairro. Primeiro, foi atingido na perna e caiu. No chão, recebeu mais tiros. O menino morreu na hora.
Horas depois, Thiago era não só uma vítima da violência do Estado, mas também um adolescente negro falsamente acusado de ser bandido. Nas redes sociais, conteúdos desinformativos associaram o estudante à criminalidade. Sem tempo para lamentar a morte, a família teve que encontrar forças para tentar limpar o nome do filho.
A história do Thiago mostra o quanto jovens negros de favelas são vítimas duas vezes: quando são assassinados e, depois, quando viram alvo de boatos que os acusam, sem provas, de serem bandidos.
Disponível em https://lupa.uol.com.br/jornalismo/2023/11/03/assassinato-seguido-de-fakes-amplia-violencia-contra-jovens-negros-no-brasil Acesso em 07 dez 2023. (Adaptado)
TEXTO III
Um estudo divulgado em 16/11/2023 mostra que uma pessoa negra foi morta por intervenção policial a cada 4 horas em 8 estados do país no ano passado. A pesquisa é da Rede de Observatórios, com base em dados divulgados pelas secretarias de segurança pública por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).
De 3.171 registros de morte que tinham a cor da vítima declarada analisados pelos pesquisadores do estudo “Pele Alvo: a bala não erra o negro”, pretos eram 2.770 pessoas.
A subnotificação da informação racial dos mortos por intervenção policial chamou a atenção dos pesquisadores. Das 4.219 ocorrências vistas por eles, 1 em cada 4 não tinha a informação sobre cor.
Disponível em https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2023/11/16/uma-pessoa-negra-foi-morta-pela-policia-a-cada-4-horas-em-oito-estados-do-pais-no-ano-passado-diz-pesquisa.ghtml Acesso em 08 dez 2023.
TEXTO IV
Disponível em https://www.geledes.org.br/proporcao-de-negros-assassinados-no-brasil-e-a-maior-em-11-anos/ Acesso em 08 dez 2023
PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A persistência da violência contra a juventude negra no Brasil” apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.