TEXTO I
Resolução lançada pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária será uma ferramenta poderosa na luta contra o sofrimento de milhares de animais no Brasil
Pela primeira vez, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) estabelece norma brasileira que traz conceitos práticos sobre o que é crueldade, abuso e maus-tratos. Até a publicação da Resolução n° 1.236, a definição de maus-tratos ainda era incerta para muitos profissionais, inclusive veterinários e zootecnistas, que estão na linha de frente na identificação dos casos. Por isso, ela é de extrema importância para sanar eventuais dúvidas – que relativizavam os casos de sofrimento animal e dificultam a investigação e penalização dos eventos denunciados.
“A resolução será de grande ajuda para os profissionais da área, principalmente para os amparar juridicamente nos casos em que ainda haja dúvida, que muitas vezes são considerados como ‘práticas comuns’, mas causam grande sofrimento aos animais e precisam ser banidas”, diz Rosângela Ribeiro, nossa gerente em programas veterinários. Algumas das situações de maus-tratos consideradas “comuns” podem ser: abandono, rinhas, falta de assistência veterinária, manter animais enclausurados ou presos a correntes, submetê-los a trabalhos abusivos, ambientes insalubres etc.
Disponível em: https://www.worldanimalprotection.org.br/not%C3%ADcia/cfmv-estabelece-norma-para-identificacao-de-maus-tratos-contra-animais (adaptado)
TEXTO II
O direito dos animais de serem respeitados, cuidados e terem maior qualidade de vida é o mesmo que deve ser assegurado aos seres humanos e demais formas de vida. Ao contribuir com a proteção animal, contribuímos com um planeta menos violento e mais equilibrado para todos. Por isso, é de extrema importância a aprovação do texto da Resolução n° 1.236 na forma como está proposto pelo CFMV.
Disponível em: https://www.worldanimalprotection.org.br/not%C3%ADcia/cfmv-estabelece-norma-para-identificacao-de-maus-tratos-contra-animais (adaptado)
TEXTO III
A brutal morte de um cachorro vira-lata em um Carrefour leva o Brasil ao divã
"O animal representa uma natureza pura, sem ambiguidade. É o ideal que gostaríamos de ter para a gente. E nos faz sentir mais legais do que somos", explica a psicanalista Vera Iaconelli.
Os últimos dias vêm sendo de enorme comoção desde que o vídeo da brutal morte de um cachorro vira-lata num supermercado Carrefour de Osasco, na região metropolitana de São Paulo, viralizou nas redes sociais. O animal foi espancado e envenenado por um segurança do local no último dia 28, conforme mostram as imagens da câmera de segurança do estabelecimento, e acabou não resistindo aos ferimentos. Internautas, ativistas pelos direitos dos animais, celebridades e políticos vêm se manifestando publicamente contra o bárbaro crime, uma mobilização que fez com que cerca de 1,5 milhão de pessoas assinassem uma petição exigindo a punição do funcionário. Uma manifestação foi convocada para sábado. O que está por trás de tamanha comoção? Em um país estruturalmente tão violento em que barbaridades cotidianas contra seres humanos são naturalizadas, por que as pessoas se sensibilizam dessa forma com a morte de um animal?
O EL PAÍS consultou a psicanalista Vera Iaconelli, doutora em psicologia pela USP e diretora do instituto Gerar, que começa alertando: "Qualquer forma de crueldade contra seres vivos é injustificável e deve ser condenada em todas as instâncias. Mas parece existir certa desproporção com relação a defesa de alguns seres vivos em detrimento de outros, o que mostra que estamos com dificuldade de fazer uma reflexão sobre nossos valores". Ela explica que o valor de uma vida humana, de um animal e até de uma planta vai mudando ao longo da história — e estamos em uma época de amplo debate sobre a crueldade dispensada aos animais, incluindo os criados para abate e os utilizados em testes de laboratório. A isso se junta, segundo o diagnóstico de Iaconelli, o fato de os seres humanos estarem num alto grau de intolerância entre si, mesmo diante de das dificuldades e histórias de vida. Por outro lado, toda a piedade, comoção, identificação e empatia vem sendo transferidas para os animais.
Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/12/05/politica/1544035820_647759.html (adaptado)
PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Os desafios do combate aos maus-tratos de animais”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.